terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Contra a igualdade.

Senti medo que todos fossem realmente iguais;
que a humanidade fosse atingida pela igualdade.
Olhei a igualdade. Que triste ela estava!
Em cada olhar, tristeza e cansaço.
Procurei qualquer um que estivesse fora dela.
Ninguém.
Ninguém!
Ninguém?
Eu também?
Eu seria igual?
Olhei o ser que me olhava de dentro do espelho.
Não parecia cansado. Triste? Talvez.
Estaria seguindo os passos da igualdade?
Ou não? Não?
Não!
O desespero me encontrou, mas a salvação veio logo depois.
Um sorriso saiu do meio da multidão.
Tinha tamanha grandeza que precisava se mostrar para o mundo.
Pensou melhor.
Não se mostrou para o mundo todo.
Se mostrou para si mesmo.
Mas o "si mesmo" não soube suportá-lo.
Precisou mostrar para o mundo.
Porque o que não cabe em si mesmo,
caberá no mundo.
Caberá no mundo?
Não caberá.
Mas coube num instante que me mostrou
que não estaria tudo perdido.
Ainda são diferentes.
Em meio à escuridão da tristeza,
ainda há um sorriso.
Em algum lugar
há.
Que bom.
Sorri também.
Não sou igual.

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