domingo, 24 de julho de 2011

admiti que perdi

Agora a dúvida acabou.
Desde o começo, eu disseu que até um "não" seria melhor que ela.
Agora que o "não"chegou, não tenho mais essa certeza.
Agora que o "não"chegou, percebo que não era tão irrelevante.
Agora que o "não"chegou, sofro.
Algo que deveria ter sido tão simples, se complicou. Ou pior, eu compliquei.
Não pensei que esse momento fosse tão triste. Mas não chorei.
Sinto tantas coisas... E todas elas doem.


Final de 2010 / Início de 2011. Admiti que perdi.

sábado, 23 de julho de 2011

best seller

Encontrei seu bilhete e resolvi responder-te, amor. Não conseguirei colocar em palavras escritas tudo que sinto, mas as palavras terão mais sentido aqui no papel do que se eu tentasse jogá-las oralmente.
Primeiro agradeço pelas belas palavras. Sei que você realmente o acha um belo livro. Sei que você realmente me considera escritora, ou romancista, ou sei lá o que.
Agora, digo-te o que realmente sinto. Apesar do delicado vocabulário, aquele bilhete me machucou com arma nenhuma poderia fazer. Ao escrever todas as palavras publicadas naquele livro, eu pedia socorro e pensava que meu grito seria ouvido. Eu começava a ficar louca e queria que você me ajudasse e não sê-la. Eu te escrevi meu tormento de ver minha sobriedade me abandonar e não saber o que fazer.
Mas tudo o que você viu foi a beleza da poesia, da dor do eu-lírico. O que você não viu foi a realidade mascarada de ficção. Você não viu que era eu, e não um personagem. Você não viu que eu estava chegando ao fim, com pouco tempo para salvação. Você não viu que era desespero, e não arte.
Infelizmente, te escrevi claramente o que sentia quando já era tarde. Assim que você ler, eu serei só um personagem numa história fictícia.
Sinto muito.
Adeus.
L.





30/06/2011