domingo, 14 de outubro de 2012

"Goodbye, so long, my love..."

Não consigo escrever.
Dizia que escrevia melhor quando eu estava "nada". 
E não mais estou nada.
A ansiedade matava a minha vida, mas fazia com que eu buscasse refúgio na escrita para me acalmar. 
Encontrei remédios.
Poderia escrever sobre como é encontrar o amor descrito na ficção, mas sempre acho as palavras relacionadas a isso um tanto quanto pobres e não descrevem merecidamente como o amor é.
Poderia parar de tomar os remédios, mas ao melhorar a escrita isso começa a estragar a minha vida e as de outras pessoas.
Poderia fazer algo que fizesse com que o som dos meus dedos no teclado ou do toque da caneta em um papel fosse o som de uma produção bem sucedida de algum escrito. 

Mas, não.

Eu prefiro continuar sentindo cada momento de felicidade que me consome, e os momentos de tristeza que volta e meia aparecem. Eu prefiro não ser "nada" de novo.

Sinto que isso talvez signifique a despedida da escrita. Mas é a hora de viver e não posso sacrificar isso.

Espero pelo dia em que serei capaz de fazer os dois e conciliar vida e imaginação, sem pecar com nenhum de ambos os lados.
Espero que isso possa acontecer.
Por enquanto, me despeço.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Se a esperança é a última que morre, o que aconteceu com todo o resto? 
Quando foi que eu me tornei essa cidade fantasma?
Quando foi que minha coragem de mudar o mundo foi roubada?
Quando foi que essa distância de mim mesma se tornou tão absurda?
Quando foi que a luz do poste parou de acender?
Quando foi que a minha imagem no espelho foi trocada?
Quando foi que tudo ao redor ficou ao contrário?
Não sei.


20/05/2009

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Era pra ser uma carta, mas virou isso.

Como vai, querido amigo? Sinto saudade de conversar contigo... Conversar tolices mesmo. Talvez conversar coisas não importantes façam com que eu me sinta menos adulta.
Tenho que admitir: nunca quis tanto parar com essa brincadeira de ser adulta. Tenho que admitir que talvez eu não tenha forças para conseguir conviver com todas estas coisas e ter que resolver todas estas coisas ao mesmo tempo.
Tenho que admitir que sou fraca e que não sei por quanto tempo mais vou conseguir segurar todo esse peso e, ainda assim, continuar caminhando. Tenho que admitir que sou imatura e ainda não sei lidar com tudo isso...
Sei que você é adulto (diferentemente de mim, verdadeiramente adulto) e que talvez nem tenha tempo para me ouvir choramingar sobre meus pensamentos perdidos. Mas de qualquer forma, você foi a primeira pessoa em que pensei para dividir um pouquinho destas dúvidas que estão crescendo e me consumindo.
Mas, quer saber? Deixa pra lá.
Tentei ser breve. Sinto que estou incomodando. Apareça. Preciso mais de abrigo do que de briga agora.


terça-feira, 29 de maio de 2012

menininho

Sem nenhuma timidez, pôs a cabeça em meu ombro como se descansasse sempre ali. No momento em que se encostou em mim, acalmou-se numa paz que há tempos eu não via.
Ficou ali, encostado, quieto, calmo.
Ao assisti-lo, calma e quieta, queria mais: queria perguntar a ele como é que se livra do peso do mundo e se encontra aquela paz.


24/04/2012

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

rabiscos

Queria eu ser Chico e poder fazer para ti a mais bela das canções de amor. Caso não fosse possível, queria eu ser Drummond pra encantar seus olhos e seu coração com meus versos profundos. Se não pudesse, queria escrever-te um drama tão profundo e eterno como fez Shakespeare.
Queria eu poder explicar-te de uma forma simples a confusão consentida e sem explicação do que você provoca em mim; sua invasão sem piedade na minha rotina, sua presença religiosamente assídua nas minhas noites em sonho, sua insistência em atrapalhar o resto do mundo tomando conta totalmente da minha falha memória, sua aparição que veio e foi embora rapidamente, sua ausência que me mata aos pouquinhos a cada minuto.
Queria eu que ainda pudesse te ver, só de vez em quando mesmo já bastaria; que ainda pudesse sentir a sensação da mistura da sua pele com a minha pele, da minha alma com a sua alma, da minha imatura emoção com a sua sádica maneira de me causar desordem mental.
Queria eu que você me entendesse como fez Humberto ao cantar para todos o que eu também sinto: “Toda noite de insônia eu penso em te escrever, pra dizer que  o teu silêncio me agride. E não me agrada ser um calendário do ano passado.”
Queria eu não escrever nada, ou conseguir escrever qualquer coisa sem que o assunto fosse você.