quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

da arte de saber viver

Aquele barquinho de plástico tinha um brilho que ofuscava todo o resto. Não era um barquinho normal, era o "melhooor barquinho de tooooodoo o mundo!"
Enquanto navegava pelos mares de sua imaginação, a magnífica embarcação caiu no chão sujo e se partiu em vários pedaços.
Seu olhar demonstrava quanto desespero se passou em sua cabeça depois da tragédia. O seu sonho estava ali jogado, o seu coração estava ali partido em pecinhas de plástico, nada tinha mais sentido. Era como se seus próprios membros tivessem se desfeito na queda.
Aquela agonia já acontecera antes, e ele pudera se salvar com a ajuda de um ser divino... sua mãe. Mas dessa vez era diferente. Olhava em volta à procura de uma solução. Baixava os olhos quando percebia que alguém o olhava. Morria a cada segundo que se passava - não eram mais segundos, eram eternidades.
Com o coração pesado pela tristeza, recolheu os pedaços no chão e pensou no que fazer com aquilo. Pensou em esperar o tempo passar e receber um novo barquinho. Pensou em gritar para mostrar o mundo quanta dor sentira. Pensou em chorar para tirar aquela dor do seu coração. Pensou em tomar uma atitude para mudar aquilo.
Percebeu que os pedaços poderiam ser encaixados, e seu barco poderia ser remontado. Com paciência, encaixou cada detalhe do barquinho.
Depois de montado, seu barco pôde navegar, e seu coração pôde de novo amar. Tudo estava remontado. E desta vez, ele aprendera a (se) refazer sozinho.
E com 3 anos, 9 meses e 20 dias de idade, ele já aprendera a viver. Sim, ele é um herói.

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