sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Nome próprio

Camila saiu da festa tentando em vão disfarçar sua dor. A dor era quem disfarçava Camila. A dor tomava conta dela.
Queria ter chorado quando ficou sozinha. Mas o choro não esperou. Quando estava em público, chorou. Quando estava sozinha, chorou. Chorou...
Chorou no elevador, chorou no corredor e na rua. Caminhou até o ponto de ônibus mais distante. Caminhou e chorou. Pegou o primeiro que a deixasse perto de casa. Chorou no ônibus.
Em casa, sentou-se, e acolhida pelo choro, aquietou-se.



[Texto do filme Nome Próprio. Adaptado para se adequar ao momento.]

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