domingo, 5 de junho de 2011

Carta para ti

A casa foi tomada por um silêncio quase visível, quase tocável, quase vivo. Queria te entregar as palavras que eram feitas para ti, mas que tomaram minha garganta como morada; sem nunca sair de lá.
Eu soube que era o momento certo para que elas fossm entregues. Meu gato também sabia - me olhava com um ponto de interrogação na testa, sem saber como eu faria para falar com alguém que não vive mais.
Abri a gaveta. Peguei um papel. Peguei sua caneta. Sentei na cadeira. Escrevi suas palavras. Respirei o ar. Senti o mundo. Levantei meu corpo. Levantei minha alma. Andei até lá. Abri a caixa. Peguei o palito. Acendi o fogo. Queimei o papel.
E esperei as palavras te encontrarem.


25/04/2011

Um comentário:

Rodolfo Alves Pena disse...

Com certeza as palavras chegarão, acredito na força delas.